quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A FUNÇÃO DESEMPENHADA PELA ESCOLA NA FORMAÇÃO DE CRIANÇAS E JOVENS 1




 

Clodoaldo Matias da Silva2
Cristovão Motta de Carvalho2
Daniele Guimarães Fontes2
Mileide Dayana Costa da Cunha2
Tássia Pomar Coelho2

RESUMO

Este trabalho propõe uma reflexão sobre o papel da escola na sociedade contemporânea, reconhecendo na Sociologia uma possibilidade educacional comprometida com a formação para a cidadania. O presente estudo tem por finalidade apresentar esse tema de forma a evidenciar suas contribuições da sociologia no processo de formação de crianças e jovens. Essa reflexão foi feita por meio de uma revisão bibliográfica, do qual foi possível estudar a todas as proeminências em maior nível de detalhamento, já que o estudo e a análise estão embasados nesta modalidade de metodologia. O trabalho articulado entre escola e comunidade fundamenta-se na importância de projetos pedagógicos desenvolvidos a partir da problematização da realidade dos discentes, favorecendo a construção de significados e da consciência crítica por parte dos mesmos.

Palavras Chave: Educação; Sociologia; Cidadania.


INTRODUÇÃO

A importância da escola em nossa sociedade pode ser medida pelo tempo que nossas crianças e jovens passam em seu interior, ao menos 12 anos de suas vidas. Esta é a única instituição social de freqüência obrigatória que alcança a todos e todas das novas gerações. A educação escolar em sua dimensão cognitiva busca transmitir conhecimentos acumulados historicamente pela humanidade; em sua dimensão socializadora permite que os sujeitos se integrem ao coletivo. Estas duas dimensões da escola nem sempre, em sua história, caminharam juntas; os objetivos e a extensão desta instituição sofreram mudanças ao longo do tempo desencadeadas por processos de transformações sociais (KLEIN e PÁTARO, 2012, p. 02).
O mundo globalizado exige das autoridades mudanças no contexto educacional. A escola na atualidade tem a preocupação de repensar o fundamental papel desempenhado na formação de crianças, jovens e adolescentes. É essencial a contribuição de todos enquanto educadores e cidadãos no processo de construção de sujeitos críticos e participativos, que saibam lidar com as diferenças, encarando as dificuldades e obstáculos encontrados pelo meio do caminho. O pensamento sociológico é muito utilizado no âmbito educacional. Esses métodos auxiliam o professor no processo de desenvolvimento cognitivo dos alunos.
A escola cumpre uma função social essencial à formação dos novos cidadãos, na medida em que os saberes selecionados por uma sociedade e os seus valores serão transmitidos e construídos mediante ações educativas. Nesta instituição nossas crianças e jovens permanecem quatro horas por dia, cinco dias por semana, nove meses por ano e ao menos doze anos de suas vidas. Trata-se da única instituição social por qual passa obrigatoriamente toda a população infantil e juvenil. A incidência da escola sobre a vida das crianças e dos jovens não se restringe às horas em que permanecem na instituição, prolonga-se para além deste tempo, compreendendo o desenvolvimento de atividades como tarefas, estudo, trabalhos em grupo, entre outros (KLEIN e PÁTARO, 2012, p. 04).


 1. FUNÇÃO DA ESCOLA NA FORMAÇÃO DE CRIANÇAS E JOVENS ATUALMENTE

As transformações que ocorrem no atual mundo globalizado vêm acompanhadas de mudanças no contexto educacional. As instituições de transmissão do conhecimento tendem a acompanhar essas alterações para serem capazes de oferecer um ensino de qualidade. Os professores tem procurado melhores alternativas metodológicas, visando à formação do individuo inserido dentro do contexto social atuante para que possa desenvolver habilidades e ser capaz de lidar com as várias metamorfoses trazidas pelo avanço cientifico e tecnológico. Diante desta temática a escola é desafiada a repensar seu fundamental papel desempenhado e a desempenhar pra fazer a real diferença na formação de crianças e jovens, formando alunos mais capazes para o desenvolvimento de habilidades cognitivas e condutas que facilitem o enfrentamento de situações dinâmicas, que conforme Libâneo (2005, p. 117): 

 Devemos inferir, portanto, que a educação de qualidade é aquela mediante a qual a escola promove, para todos o caminho dos conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades cognitivas e afetivas indispensáveis ao atendimento de necessidades individuais e sociais dos alunos.

A escola deve caminhar aliada ao desenvolvimento atual e oferecer situações que favoreçam o aprendizado do aluno. Por essa razão em setembro de 2005, o Conselho de educação brasileiro apresenta o parecer de número 18/2005 que trata da matrícula inicial ao aprendizado escolar a partir dos seis anos de idade, ampliação da escolaridade obrigatória no ensino fundamental para nove anos, construção de um projeto pedagógico e de um plano de universalização. Em fevereiro de 2006, o Conselho apresenta a Lei de número 11274/2006 que altera a redação de alguns artigos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de número 9394/96 avaliando o ingresso da criança no Ensino Fundamental e o tempo de duração da educação obrigatória que passa a ser de nove anos. A seguir as alterações nos seguintes artigos:

LDB/ 1996 - Art. 6º - É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos menores, a partir dos sete anos de idade, no ensino fundamental.
Lei 11.114/2005 - Art. 6º - É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos menores, a partir dos seis anos de idade, no ensino fundamental.
LDB / 1996 - Art. 32º - O ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório e gratuito na escola pública [...].
Lei 11.114/2005 - Art. 32º - O ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório e gratuito na escola pública a partir dos seis anos [...].
Lei 11.274/2006 - Art. 32º - O ensino fundamental obrigatório, com duração de 09 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos seis anos de idade [...] (BRASIL, 2005; BRASIL, 2006).

As alterações realizadas se dão em função da relação à idade das crianças no ingresso do Ensino Fundamental e ao tempo de duração desta etapa do processo educacional, pois o papel da escola em qualquer lugar do mundo sempre será o de oportunizar mudanças significativas na vida de seus alunos de forma global.

2. O RESPEITO ÀS DIFERENÇAS NA FORMAÇÃO DE UM CIDADÃO CRÍTICO E PARTICIPATIVO

Para que se aplique o sentido da cidadania é necessário que haja respeito do indivíduo para consigo e para com o próximo, afinal a sociedade é dotada de uma infinidade de diferenças entre os cidadãos, diferenças essas que vão desde cor, credo, razão social, aparência e etc. O seio escolar funciona como um espelho da sociedade, e é na convivência com os demais educandos, que indivíduo em formação começa a se deparar com o universo das diferenças e necessita compreender que para o exercício da cidadania é necessário que se cumpram direitos e deveres e que para o desenvolvimento dessas atividades é necessário superar as barreiras do preconceito.
A missão da escola vai além da simples instrução, a educação escolar também tem o dever de preparar indivíduos dotados de valores cruciais para a sua convivência em coletividade, e para que haja êxito no desenvolvimento desses valores, durante a formação desses indivíduos, a escola tem o importante papel de desenvolver a criticidade, autonomia e participação ativa na prática das atividades realizadas no ambiente escolar. Conforme Cadau et al. (2002, p. 112) afirma:

Educar para a cidadania exige educar para a ação político-social e esta, para ser eficaz, não pode ser reduzida ao âmbito individual. Educar para a cidadania é educar para a democracia que dê provas de sua credibilidade de intervenção na questão social e cultural. É incorporar a preocupação ética em todas as dimensões da vida pessoal e social.

A cidadania promovida pela escola traz sua gênese em pequenas atitudes que desencadeiam a socialização, organização, responsabilidade e respeito dos alunos nas práticas educativas. Quando feitas de forma democrática, essas ações despertam a compreensão da importância do respeito mutuo para que haja uma sociedade mais igualitária para as gerações futuras, e para que isso se torne real é necessário o comprometimento de toda a sociedade atual junto à escola, no intuito de formar cidadãos capazes de transformar o mundo de forma crítica e responsável para o bem comum e não apenas mais uma utopia.


3. A CONTRIBUIÇÃO DO EDUCADOR NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DO CIDADÃO

Considerando que a educação assume uma função importantíssima no processo do desenvolvimento humano, atrelado a valores morais e éticos, há a necessidade da mudança na relação aluno/professor, pois, como contribuir na construção de sujeitos críticos e participativos se na condição de educador existe o posicionamento como o único detentor do saber? Ou ainda não leva em consideração a potencialidade individual dos alunos. Esta quebra de paradigma é fundamental no processo educacional, uma vez que o aluno ao ser tratado como parceiro no processo e não como depósito de conhecimento se sente mais motivado e interessado, onde a obrigação de estudar é trocada pelo prazer de aprender.
Assim sendo, um educador necessita conseguir despertar em seus alunos a motivação de aprender, e não a obrigação de passar de ano, para contribuir na construção de cidadãos participativos e atuantes.
Como exemplo de trabalho desenvolvido em sala de aula, na área de Geografia, o professor poderia propor aos alunos que fizessem um mapa do trajeto de suas residências até a escola, e no decorrer deste trajeto observassem problemas de infra-estrura e problemas sociais encontrados, e a partir destes propusessem soluções para resolvê-los.

4. ASPECTOS FUNDAMENTAIS NA FORMAÇÃO DO PENSAMENTO SOCIOLÓGICO

A Sociologia nasce quando o mundo está em franco desenvolvimento, realizando-se. Essa é uma época em que já se revelam mais abertamente as forças sociais, as configurações de vida, as originalidades e os impasses da sociedade civil, urbano-industrial, burguesa ou capitalista. Os personagens mais característicos estão ganhando seus perfis e movimentos: grupos, classes, movimentos sociais e partidos políticos; burgueses, operários, camponeses, intelectuais, artistas e políticos; mercado, mercadoria, capital, tecnologia, força de trabalho, lucro, acumulação de capital e mais-valia; sociedade, estado e nação; divisão internacional do trabalho e colonialismo; revolução e contra-revolução.
Poyer (2007, p. 19) descreve que:

A Sociologia enquanto ciência surgiu e se desenvolveu com o advento da modernidade, mas, principalmente, a partir do fortalecimento do capitalismo. Dois grandes fatos políticos e sociais marcaram significativamente um processo que já vinha delineando-se desde o Renascimento comercial e urbano na Europa e foram decisivos para iniciar o que se convencionou chamar de mundo contemporâneo: a Revolução Industrial e a Revolução Francesa.

Além do episódio que começou a mudar a cara da Europa politicamente, não se pode esquecer que o século XVIII foi marcado pelas Ideias Iluministas, por isso ficou conhecido como o “Século das Luzes”. O poder da razão deveria predominar e constituir o guia para a interpretação de episódios humanos, com vistas à reorganização do mundo. Num processo que já vinha acontecendo desde o Renascimento Artístico e Cultural, a razão deveria predominar sobre qualquer explicação religiosa. O antropocentrismo, num primeiro momento, presumidamente, já superava o teocentrismo, e, com o passar do tempo, o racionalismo e a revolução científica foram acentuando tal tendência. No século XVIII, o homem era dotado de tamanha confiança, que deixa de sacralizar a natureza, tornando-a objeto de pesquisa no âmbito do conhecimento científico. Pode-se dizer que, então, a natureza passava ao domínio do homem (POYER, 2007, p. 20).
Um dos seus principais símbolos, o capital, parece estabelecer os limites e as sombras que demarcam as relações e as distâncias entre o presente e o passado, a superstição e a ilustração, o trabalho e a preguiça, a nação e a província, a tradição e a modernidade. Em suas conotações sociais, políticas e culturais, além das econômicas, o capital parece exercer uma espécie de missão civilizatória, em cada país e continente, no mundo. A sociologia surge como método de conciliar polícia, economia e sociedade para progressão. Já que o mundo parece entrar em crise com as mudanças.
Com relação ao Brasil podemos enfatizar que o processo de formação, organização e sistematização do pensamento sociológico obedeceram às condições de desenvolvimento do capitalismo e à dinâmica própria de inserção do país na ordem capitalista mundial. Refletindo, portanto, a situação colonial, a herança da cultura jesuítica e o lento processo de formação do Estado nacional.
Enquanto, na Europa, o Positivismo justificava as atitudes da burguesia, referido na ideia do progresso retilíneo da humanidade, no continente americano essas ideias traziam no bojo discussões de forte caráter político. No Brasil, as ideias de cunho positivista, liberal e evolucionista se fortaleceram nas cidades, devido principalmente à “identificação” que as camadas letradas tinham com essas correntes políticas, sociais e filosóficas. Cabe lembrar que elas se difundiram, aqui, de maneira um tanto distinta do modelo europeu (grifo original da autora) (POYER, 2007, p. 25).
No século XVIII, ocorre o surgimento e a influência das classes intermediárias, o desenvolvimento da mineração promove importantes transformações sociais, alterando a sociedade colonial que até então se dividia em: donos de terra e administradores de um lado e escravos de outro. Surgindo ocupações novas: comerciantes, artífices, criadores de animais, funcionários da administração que controlavam a extração de minérios e sua exportação, e outras. A população livre passa a ser mais numerosa que a escrava (COSTA, 2012, s.n.).
No que tange ao século XIX, com a transferência da corte joanina para o Brasil em 1808, é introduzida na colônia a cultura portuguesa da época, resultante das influências do humanismo neoclassista francês e da produção cultural da Universidade de Coimbra. São fatos importantes e mencionados pela autora referentes à época: a criação da Academia de Belas Artes, a fundação da imprensa, o lançamento do primeiro jornal, a organização da primeira biblioteca nacional e dos primeiros cursos superiores, que em parte rompem com a cultura escolástica e literária anterior (COSTA, 2012, s.n.).
Os movimentos intelectuais e literários até meados do século XIX, apesar de tratarem de questões políticas e sociais, a terra e a nação surgiram apenas como objeto, como tema, nunca como pensamento crítico desenvolvido a partir das condições próprias da nação. Ou seja, a forma, assim como a linguagem, era estrangeira, só o motivo era nacional. Essa dicotomia entre a realidade vivida e o conhecimento produzido e consumido pela elite não só mantinha a prevalência do caráter ostentatório de uma cultura de elite, como caracterizava uma nova forma de alienação, responsável pelo tardio desenvolvimento da ciência no Brasil (COSTA, 2012, s.n.).
Desde o final do século XIX, já se pode verificar no Brasil uma espécie de pensamento sociológico, desenvolvida por Euclides da Cunha, dentre outros, a sociologia entendida como atividade autônoma voltada para o conhecimento sistemático e metódico da sociedade, só irrompe na década de 30 do século passado, época em que o mundo liberal entrou em crise profunda e as relações econômicas internacionais mostraram suas contradições mais agudas, afinal, é no momento de crise que a crítica se desenvolve (COSTA, 2002, s.n.).

5. ESCRITORES DA LIBERDADE

A obra cinematográfica Escritores da Liberdade, foi lançada em 2007 pela categoria Drama. Produzida e dirigida Richard LaGravenese com duração de 122 minutos. O filme é baseado em fatos reais, sendo que a história se passa na Califórnia no ano de 1992. Este retrata a violência de Gangues e tensões raciais ocorridas nos bairros pobres dos EUA. Diante desses problemas, a secretaria de Educação do município decidiu instalar em algumas escolas programas de integração, onde diversas raças, culturas e etnias faziam parte do mesmo grupo.
O filme, Escritores da Liberdade aborda uma temática que vai de encontro à realidade atual, muito preocupada com a inclusão social. O cenário do filme transpassa no colégio Woodrow Wilson que fica localizado no estado de Los Angeles, na cidade da Califórnia, durante o ano de 1994, retratando os desafios da professora Erin Gruwell ao lecionar em uma escola da periferia, onde seus alunos possuem um contexto histórico marcado por conflitos raciais e violência entre gangs. Erin Gruwell iniciava seu ofício de professora nas disciplinas de arte e literatura, havia feito sua escolha institucional em função do programa de integração oferecido pela escola, pois tinha o objetivo de atuar na recuperação educacional de adolescentes problemáticos, mas a realidade era totalmente diferente do que havia imaginado.
O modelo de ensino tradicional em que se baseava era insuficiente para quebrar as barreiras sociais do preconceito entre os alunos, aliado a isso, havia ainda a falta de apoio da direção e de outros professores da escola, que não acreditava nas possibilidades de superação entre as adversidades sociais e étnicas ali existentes, não aceitando a inclusão de jovens da periferia e infratores que haviam deixado o reformatório, por várias vezes Erin se emocionou com a realidade vivida por aquele grupo.
Este filme recorre no ano de 1994, e Magalhães (2003, p. 70) quase dez anos depois comenta sobre a dificuldade da inclusão social no âmbito educacional quando menciona “para que esta prática se consolide, é preciso modificar a concepção de ensinar e aprender, buscando metodologias que fomentem o respeito às adversidades”.
Apesar das inúmeras tentativas fracassadas em obter resultados positivos com a classe, Erin não desiste e encontra um método mais dinâmico para inserir os alunos dentro das atividades desenvolvidas, isto ocorre a partir do momento que desenvolve um projeto de leitura baseado no livro “O diário de Anne Frank”. Métodos diferentes de ensino são relevantes dentro da sala de aula, principalmente para quebrar a rotina e fazer com que o aluno não seja apenas um observador, mas sujeito transformador e crítico deste estudo, em que ele aprende com prazer e entusiasmo, sobre este quesito Antunes retrata que:

É evidente que existem maneiras interessante de aprender e que, se desenvolvidas em sala de aula para alunos de qualquer nível, independente de conteúdos que se expõe, pode constitui-se em uma aprendizagem agradável, interessante e o que é mais importante, significativa e capaz de se mostrar autônoma, permitindo o aluno o uso desses saberes para conquista de muitos outros (ANTUNES, 2002, p.33).

Segundo Freire (1996) quanto ao reconhecimento da identidade cultural, o respeito é absolutamente fundamental na prática educativa. Um simples gesto do professor representa muito na vida de um aluno. O que pode ser considerado um gesto insignificante pode valer como força formadora para o desenvolvimento intelectual e acadêmico do educando.
O processo de ensinar e aprender exige profissionais que superem as dificuldades sem deixar transparecer em sala de aula tais sentimentos, educadores que conheçam o contexto dos alunos para que através dele busquem alternativas de transformação. Que mesmo sem o apoio da gestão escolar e com a perseguição dos outros professores, visem vencer, para conquistar espaços.
O movimento para a liberdade deve surgir e partir dos próprios oprimidos, e a pedagogia decorrente serão aquela que tem que ser forjada com ele e não para ele, enquanto homens ou povos, na luta incessante de recuperação de sua humanidade. Vê-se que não é suficiente que o oprimido tenha consciência crítica da opressão, mas, que se disponha a transformar essa realidade; trata-se de um trabalho de conscientização e politização. (FREIRE, 1987).
Com a implementação deste curioso método, a professora distribui cadernos para a elaboração de seus próprios diários, onde os adolescentes necessitam relatar, as dificuldades e os aprendizados das experiências vividas, seus sonhos e metas. A professora G., assim era conhecida pelos alunos, através dos diários pôde perceber quão dura era a vida de cada um daqueles jovens e analisou que o oficio de professor vai muito além da sala de aula. Adotou o método de campo e aulas dinâmicas que contribuíram para a evolução e o interesse dos alunos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As instituições escolares enfrentam grandes desafios diante do avanço tecnológico que modificam o modo de viver da sociedade de maneira vertiginosa, alterando, assim o comportamento dos jovens, que exigem uma maior orientação especialização de professores para que saibam lidar com as mais variadas situações do contexto escolar.
A escola pode converter-se em uma instituição que reúne e difunde os esforços de distintas instâncias da comunidade visando a melhora e a transformação social. Esta transformação implica de um lado na possibilidade de participação democrática efetiva de demais agentes escolares e extra-escolares na discussão e na busca do enfrentamento de problemas comuns; de outro lado, na permeabilização do currículo escolar aos problemas da comunidade, ou seja, trazer para dentro das salas de aula temas e discussões, através de projetos, vinculados à realidade e aos problemas da comunidade.
A escola articulada à comunidade, portanto, não é concebida apenas como uma instituição meramente transmissora de conhecimentos, mas sim como um local onde se trabalham afetos, valores, normas, modelos culturais e onde se criam laços de coesão social.
O filme Escritores da Liberdade, mesmo sendo transmitido á vinte anos atrás, revela um contexto atual. Os profissionais que batalham para serem professores devem fazê-lo para proporcionar a seus alunos o conhecimento, mas do quem isso, devem se envolver com este trabalho, compreendendo que ali existem pessoas, seres humanos, que passam por todos os tipos de problemas, familiares, amorosos, financeiros, principalmente os de baixa renda. A nota é o ultimo estagio a ser desenvolvido, pois antes de tudo deve-se valorizar a dignidade da pessoa humana.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, C. Novas Maneiras de Ensinar - Novas formas de Aprender. Rio de Janeiro: Artmed, 2002.

BRASIL. Presidência da República. Lei n. 11.114/2005. Brasília, 2005. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acessado em 30 de outubro de 2012.

                                   . Presidência da República. Lei n. 11.274/2006. Brasília, 2006. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acessado em 30 de outubro de 2012.

CADAU, V.M.; SACAVINO, S.B.; MARANDINO, M.; BARBOSA, M.F.M.; MACIEL, A.G. Oficinas pedagógicas de direitos humanos. 05.ª ed. Petrópolis: Vozes, 2002.

COSTA, Cristina. A formação do pensamento sociológico do Brasil. 2012. Disponível em: <http://pt.shvoong.com>. Acessado em 30 de outubro de 2012.

FREEDOWN, WRITES FOUNDATION. Escritores da Liberdade. EUA. Alemanha, 2007.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 28 ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987.

                                   . Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

KLEIN, Ana Maria; PÁTARO, Cristina Satiê de Oliveira. A Escola Frente às Novas Demandas Sociais: Educação Comunitária e Formação para a Cidadania. 2012. Disponível em: <http://www.googleacademico.com.br>. Acessado em 01 de novembro de 2012.

LIBÂNEO, J.C.; OLIVEIRA J. F.; TOSCHI M. S.; Educação escolar: políticas estrutura e organização. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2005.

MAGALHÃES, Rita de Cássia B. P. Reflexões sobre a diferença. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2003.

POYER, Viviani. Sociologia da educação. Palhoça. Unisul Virtual, 2007.



[1] Trabalho interessado a disciplina de Sociologia da Educação, ministrado pela Prof.ª Esp. Ivete Ribeiro Rubim Fernandes.
[2] UNINORTE. Centro Universitário do Norte. LIU. Laureate Internacional Universities. Acadêmicos do Curso de Licenciatura em Geografia.

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