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Clodoaldo
Matias da Silva2
Cristovão
Motta de Carvalho2
Daniele
Guimarães Fontes2
Mileide
Dayana Costa da Cunha2
Tássia
Pomar Coelho2
RESUMO
Este trabalho propõe uma reflexão sobre
o papel da escola na sociedade contemporânea, reconhecendo na Sociologia uma
possibilidade educacional comprometida com a formação para a cidadania. O presente estudo tem por finalidade apresentar esse tema de forma a
evidenciar suas contribuições da sociologia no processo de formação de crianças
e jovens. Essa reflexão foi feita por meio de uma revisão bibliográfica, do
qual foi possível estudar a todas as proeminências em maior nível de
detalhamento, já que o estudo e a análise estão embasados nesta modalidade de
metodologia. O
trabalho articulado entre escola e comunidade fundamenta-se na importância de
projetos pedagógicos desenvolvidos a partir da problematização da realidade dos
discentes, favorecendo a construção de significados e da consciência crítica por
parte dos mesmos.
Palavras Chave: Educação; Sociologia; Cidadania.
INTRODUÇÃO
A
importância da escola em nossa sociedade pode ser medida pelo tempo que nossas
crianças e jovens passam em seu interior, ao menos 12 anos de suas vidas. Esta
é a única instituição social de freqüência obrigatória que alcança a todos e
todas das novas gerações. A educação escolar em sua dimensão cognitiva busca
transmitir conhecimentos acumulados historicamente pela humanidade; em sua
dimensão socializadora permite que os sujeitos se integrem ao coletivo. Estas
duas dimensões da escola nem sempre, em sua história, caminharam juntas; os
objetivos e a extensão desta instituição sofreram mudanças ao longo do tempo
desencadeadas por processos de transformações sociais (KLEIN e PÁTARO, 2012, p.
02).
O mundo globalizado exige das autoridades mudanças no contexto educacional. A escola na atualidade tem a preocupação de repensar o fundamental papel desempenhado na formação de crianças, jovens e adolescentes. É essencial a contribuição de todos enquanto educadores e cidadãos no processo de construção de sujeitos críticos e participativos, que saibam lidar com as diferenças, encarando as dificuldades e obstáculos encontrados pelo meio do caminho. O pensamento sociológico é muito utilizado no âmbito educacional. Esses métodos auxiliam o professor no processo de desenvolvimento cognitivo dos alunos.
A
escola cumpre uma função social essencial à formação dos novos cidadãos, na
medida em que os saberes selecionados por uma sociedade e os seus valores serão
transmitidos e construídos mediante ações educativas. Nesta instituição nossas
crianças e jovens permanecem quatro horas por dia, cinco dias por semana, nove
meses por ano e ao menos doze anos de suas vidas. Trata-se da única instituição
social por qual passa obrigatoriamente toda a população infantil e juvenil. A
incidência da escola sobre a vida das crianças e dos jovens não se restringe às
horas em que permanecem na instituição, prolonga-se para além deste tempo,
compreendendo o desenvolvimento de atividades como tarefas, estudo, trabalhos
em grupo, entre outros (KLEIN e PÁTARO, 2012, p. 04).
1. FUNÇÃO DA ESCOLA NA FORMAÇÃO DE CRIANÇAS E JOVENS ATUALMENTE
As transformações que ocorrem no atual mundo globalizado vêm acompanhadas
de mudanças no contexto educacional. As instituições de transmissão do
conhecimento tendem a acompanhar essas alterações para serem capazes de oferecer
um ensino de qualidade. Os professores tem procurado melhores alternativas
metodológicas, visando à formação do individuo inserido dentro do contexto
social atuante para que possa desenvolver habilidades e ser capaz de lidar com
as várias metamorfoses trazidas pelo avanço cientifico e tecnológico. Diante desta
temática a escola é desafiada a repensar seu fundamental papel desempenhado e a
desempenhar pra fazer a real diferença na formação de crianças e jovens,
formando alunos mais capazes para o desenvolvimento de habilidades cognitivas e condutas que facilitem o enfrentamento de situações dinâmicas, que conforme Libâneo (2005, p. 117):
Devemos inferir, portanto, que
a educação de qualidade é aquela mediante a qual a escola promove, para todos o
caminho dos conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades cognitivas e
afetivas indispensáveis ao atendimento de necessidades individuais e sociais
dos alunos.
A escola deve caminhar aliada ao desenvolvimento atual e oferecer situações que favoreçam o aprendizado do aluno. Por essa razão em setembro de 2005, o Conselho de educação brasileiro apresenta o
parecer de número 18/2005 que trata da matrícula inicial ao aprendizado escolar
a partir dos seis anos de idade, ampliação da escolaridade obrigatória no
ensino fundamental para nove anos, construção de um projeto pedagógico e de um
plano de universalização. Em fevereiro de 2006, o Conselho apresenta a Lei de
número 11274/2006 que altera a redação de alguns artigos da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional de número 9394/96 avaliando o ingresso da criança no
Ensino Fundamental e o tempo de duração da educação obrigatória que passa a ser
de nove anos. A seguir as alterações nos seguintes artigos:
LDB/ 1996 - Art. 6º - É dever dos pais
ou responsáveis efetuar a matrícula dos menores, a partir dos sete anos de idade, no ensino
fundamental.
Lei 11.114/2005 - Art. 6º - É dever dos
pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos menores, a partir dos seis anos de idade, no ensino
fundamental.
LDB / 1996 - Art. 32º - O ensino fundamental,
com duração mínima de oito anos,
obrigatório e gratuito na escola pública [...].
Lei 11.114/2005 - Art. 32º - O ensino
fundamental, com duração mínima de oito
anos, obrigatório e gratuito na escola pública a partir dos seis anos [...].
Lei 11.274/2006 - Art. 32º - O ensino
fundamental obrigatório, com duração de 09 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos seis anos de idade [...] (BRASIL, 2005; BRASIL,
2006).
As alterações realizadas se dão em função da relação à idade das
crianças no ingresso do Ensino Fundamental e ao tempo de duração desta etapa do processo educacional, pois o papel da escola em qualquer lugar do mundo sempre será o de oportunizar mudanças significativas na vida de seus alunos de forma global.
2. O RESPEITO ÀS DIFERENÇAS NA FORMAÇÃO DE UM CIDADÃO CRÍTICO E PARTICIPATIVO
Para que se aplique o sentido da cidadania é necessário que haja
respeito do indivíduo para consigo e para com o próximo, afinal a sociedade é
dotada de uma infinidade de diferenças entre os cidadãos, diferenças essas que
vão desde cor, credo, razão social, aparência e etc. O seio escolar funciona
como um espelho da sociedade, e é na convivência com os demais educandos, que
indivíduo em formação começa a se deparar com o universo das diferenças e
necessita compreender que para o exercício da cidadania é necessário que se
cumpram direitos e deveres e que para o desenvolvimento dessas atividades é
necessário superar as barreiras do preconceito.
A missão da escola vai além da simples instrução, a educação
escolar também tem o dever de preparar indivíduos dotados de valores cruciais
para a sua convivência em coletividade, e para que haja êxito no
desenvolvimento desses valores, durante a formação desses indivíduos, a escola
tem o importante papel de desenvolver a criticidade, autonomia e participação
ativa na prática das atividades realizadas no ambiente escolar. Conforme Cadau et al. (2002, p. 112) afirma:
Educar
para a cidadania exige educar para a ação político-social e esta, para ser
eficaz, não pode ser reduzida ao âmbito individual. Educar para a cidadania é
educar para a democracia que dê provas de sua credibilidade de intervenção na
questão social e cultural. É incorporar a preocupação ética em todas as
dimensões da vida pessoal e social.
A cidadania promovida pela escola traz sua gênese em pequenas
atitudes que desencadeiam a socialização, organização, responsabilidade e
respeito dos alunos nas práticas educativas. Quando feitas de forma
democrática, essas ações despertam a compreensão da importância do respeito
mutuo para que haja uma sociedade mais igualitária para as gerações futuras, e
para que isso se torne real é necessário o comprometimento de toda a sociedade
atual junto à escola, no intuito de formar cidadãos capazes de transformar o
mundo de forma crítica e responsável para o bem comum e não apenas mais uma
utopia.
3. A CONTRIBUIÇÃO DO EDUCADOR NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DO CIDADÃO
Considerando que a educação assume uma função importantíssima no
processo do desenvolvimento humano, atrelado a valores morais e éticos, há a
necessidade da mudança na relação aluno/professor, pois, como contribuir na
construção de sujeitos críticos e participativos se na condição de educador existe
o posicionamento como o único detentor do saber? Ou ainda não leva em
consideração a potencialidade individual dos alunos. Esta quebra de paradigma é
fundamental no processo educacional, uma vez que o aluno ao ser tratado como
parceiro no processo e não como depósito de conhecimento se sente mais motivado
e interessado, onde a obrigação de estudar é trocada pelo prazer de aprender.
Assim sendo, um educador necessita conseguir despertar em seus
alunos a motivação de aprender, e não a obrigação de passar de ano, para
contribuir na construção de cidadãos participativos e atuantes.
Como exemplo de trabalho desenvolvido em sala de aula, na área de
Geografia, o professor poderia propor aos alunos que fizessem um mapa do
trajeto de suas residências até a escola, e no decorrer deste trajeto
observassem problemas de infra-estrura e problemas sociais encontrados, e a
partir destes propusessem soluções para resolvê-los.
4. ASPECTOS FUNDAMENTAIS NA FORMAÇÃO DO PENSAMENTO SOCIOLÓGICO
A Sociologia nasce quando o mundo está em franco desenvolvimento,
realizando-se. Essa é uma época em que já se revelam mais abertamente as forças
sociais, as configurações de vida, as originalidades e os impasses da sociedade
civil, urbano-industrial, burguesa ou capitalista. Os personagens mais
característicos estão ganhando seus perfis e movimentos: grupos, classes,
movimentos sociais e partidos políticos; burgueses, operários, camponeses,
intelectuais, artistas e políticos; mercado, mercadoria, capital, tecnologia,
força de trabalho, lucro, acumulação de capital e mais-valia; sociedade, estado
e nação; divisão internacional do trabalho e colonialismo; revolução e
contra-revolução.
Poyer (2007, p. 19) descreve que:
A Sociologia enquanto ciência surgiu e se
desenvolveu com o advento da modernidade, mas, principalmente, a partir do
fortalecimento do capitalismo. Dois grandes fatos políticos e sociais marcaram
significativamente um processo que já vinha delineando-se desde o Renascimento
comercial e urbano na Europa e foram decisivos para iniciar o que se
convencionou chamar de mundo contemporâneo: a Revolução Industrial e a Revolução Francesa.
Além do episódio que começou a mudar a
cara da Europa politicamente,
não se pode esquecer que o século XVIII foi marcado pelas Ideias Iluministas, por isso ficou conhecido
como o “Século das Luzes”. O poder da razão deveria predominar e constituir o guia para a interpretação de episódios
humanos, com vistas à
reorganização do mundo. Num processo que já vinha acontecendo desde o Renascimento Artístico e Cultural, a razão deveria predominar sobre qualquer explicação religiosa.
O antropocentrismo, num
primeiro momento, presumidamente,
já superava o teocentrismo, e, com o passar do tempo, o racionalismo e a revolução científica foram acentuando
tal tendência. No século XVIII, o homem era dotado de tamanha confiança, que deixa de sacralizar a natureza,
tornando-a objeto de pesquisa no âmbito do conhecimento científico. Pode-se dizer que, então, a natureza passava ao domínio do homem (POYER, 2007, p. 20).
Um dos seus principais símbolos, o capital, parece estabelecer os
limites e as sombras que demarcam as relações e as distâncias entre o presente
e o passado, a superstição e a ilustração, o trabalho e a preguiça, a nação e a
província, a tradição e a modernidade. Em suas conotações sociais, políticas e
culturais, além das econômicas, o capital parece exercer uma espécie de missão
civilizatória, em cada país e continente, no mundo. A sociologia surge como
método de conciliar polícia, economia e sociedade para progressão. Já que o
mundo parece entrar em crise com as mudanças.
Com relação ao Brasil podemos enfatizar que o processo de formação, organização e
sistematização do pensamento sociológico obedeceram às condições de
desenvolvimento do capitalismo e à dinâmica própria de inserção do país na
ordem capitalista mundial. Refletindo, portanto, a situação colonial, a herança
da cultura jesuítica e o lento processo de formação do Estado nacional.
Enquanto, na Europa, o Positivismo justificava as atitudes da
burguesia, referido na ideia do progresso retilíneo da humanidade, no
continente americano essas ideias traziam no bojo discussões de forte caráter
político. No Brasil, as ideias de cunho positivista, liberal e evolucionista se
fortaleceram nas cidades, devido principalmente à “identificação” que as camadas
letradas tinham com essas correntes políticas, sociais e filosóficas. Cabe
lembrar que elas se difundiram, aqui, de maneira um tanto distinta do modelo europeu
(grifo original da autora) (POYER, 2007, p. 25).
No século XVIII, ocorre o surgimento e
a influência das classes intermediárias, o desenvolvimento da mineração promove
importantes transformações sociais, alterando a sociedade colonial que até
então se dividia em: donos de terra e administradores de um lado e escravos de
outro. Surgindo ocupações novas: comerciantes, artífices, criadores de animais,
funcionários da administração que controlavam a extração de minérios e sua
exportação, e outras. A população livre passa a ser mais numerosa que a escrava
(COSTA, 2012, s.n.).
No que tange ao século XIX, com a
transferência da corte joanina para o Brasil em 1808, é introduzida na colônia
a cultura portuguesa da época, resultante das influências do humanismo neoclassista
francês e da produção cultural da Universidade de Coimbra. São fatos
importantes e mencionados pela autora referentes à época: a criação da Academia
de Belas Artes, a fundação da imprensa, o lançamento do primeiro jornal, a
organização da primeira biblioteca nacional e dos primeiros cursos superiores,
que em parte rompem com a cultura escolástica e literária anterior (COSTA,
2012, s.n.).
Os movimentos intelectuais e literários
até meados do século XIX, apesar de tratarem de questões políticas e sociais, a
terra e a nação surgiram apenas como objeto, como tema, nunca como pensamento
crítico desenvolvido a partir das condições próprias da nação. Ou seja, a
forma, assim como a linguagem, era estrangeira, só o motivo era nacional. Essa
dicotomia entre a realidade vivida e o conhecimento produzido e consumido pela
elite não só mantinha a prevalência do caráter ostentatório de uma cultura de
elite, como caracterizava uma nova forma de alienação, responsável pelo tardio
desenvolvimento da ciência no Brasil (COSTA, 2012, s.n.).
Desde o final do século XIX, já se pode
verificar no Brasil uma espécie de pensamento sociológico, desenvolvida por
Euclides da Cunha, dentre outros, a sociologia entendida como atividade
autônoma voltada para o conhecimento sistemático e metódico da sociedade, só
irrompe na década de 30 do século passado, época em que o mundo liberal entrou
em crise profunda e as relações econômicas internacionais mostraram suas
contradições mais agudas, afinal, é no momento de crise que a crítica se
desenvolve (COSTA, 2002, s.n.).
5. ESCRITORES DA LIBERDADE
A obra cinematográfica Escritores da Liberdade, foi
lançada em 2007 pela categoria Drama. Produzida e dirigida Richard LaGravenese
com duração de 122 minutos. O filme é baseado em
fatos reais, sendo que a história se passa na Califórnia no ano de 1992. Este
retrata a violência de Gangues e tensões raciais ocorridas nos bairros pobres
dos EUA. Diante desses problemas, a secretaria de Educação do município decidiu
instalar em algumas escolas programas de integração, onde diversas raças,
culturas e etnias faziam parte do mesmo grupo.
O filme, Escritores da Liberdade aborda uma temática que vai de
encontro à realidade atual, muito preocupada com a inclusão social. O cenário
do filme transpassa no colégio Woodrow Wilson que fica localizado no estado de
Los Angeles, na cidade da Califórnia, durante o ano de 1994, retratando os
desafios da professora Erin Gruwell ao lecionar em uma escola da periferia,
onde seus alunos possuem um contexto histórico marcado por conflitos raciais e
violência entre gangs. Erin Gruwell iniciava seu ofício de professora nas
disciplinas de arte e literatura, havia feito sua escolha institucional em
função do programa de integração oferecido pela escola, pois tinha o objetivo de
atuar na recuperação educacional de adolescentes problemáticos, mas a realidade
era totalmente diferente do que havia imaginado.
O modelo de ensino tradicional em que se baseava era insuficiente
para quebrar as barreiras sociais do preconceito entre os alunos, aliado a
isso, havia ainda a falta de apoio da direção e de outros professores da escola,
que não acreditava nas possibilidades de superação entre as adversidades
sociais e étnicas ali existentes, não aceitando a inclusão de jovens da
periferia e infratores que haviam deixado o reformatório, por várias vezes Erin
se emocionou com a realidade vivida por aquele grupo.
Este filme recorre no ano de 1994, e Magalhães (2003, p. 70) quase
dez anos depois comenta sobre a dificuldade da inclusão social no âmbito
educacional quando menciona “para que esta prática se consolide, é preciso
modificar a concepção de ensinar e aprender, buscando metodologias que fomentem
o respeito às adversidades”.
Apesar das inúmeras tentativas fracassadas em obter resultados
positivos com a classe, Erin não desiste e encontra um método mais dinâmico
para inserir os alunos dentro das atividades desenvolvidas, isto ocorre a
partir do momento que desenvolve um projeto de leitura baseado no livro “O
diário de Anne Frank”. Métodos diferentes de ensino são relevantes dentro da
sala de aula, principalmente para quebrar a rotina e fazer com que o aluno não seja
apenas um observador, mas sujeito transformador e crítico deste estudo, em que
ele aprende com prazer e entusiasmo, sobre este quesito Antunes retrata que:
É
evidente que existem maneiras interessante de aprender e que, se desenvolvidas
em sala de aula para alunos de qualquer nível, independente de conteúdos que se
expõe, pode constitui-se em uma aprendizagem agradável, interessante e o que é
mais importante, significativa e capaz de se mostrar autônoma, permitindo o
aluno o uso desses saberes para conquista de muitos outros (ANTUNES, 2002,
p.33).
Segundo Freire (1996) quanto ao reconhecimento da
identidade cultural, o respeito é absolutamente fundamental na prática
educativa. Um simples gesto do professor representa muito na vida de um aluno.
O que pode ser considerado um gesto insignificante pode valer como força
formadora para o desenvolvimento intelectual e acadêmico do educando.
O processo de ensinar e aprender exige
profissionais que superem as dificuldades sem deixar transparecer em sala de
aula tais sentimentos, educadores que conheçam o contexto dos alunos para que
através dele busquem alternativas de transformação. Que mesmo sem o apoio da
gestão escolar e com a perseguição dos outros professores, visem vencer, para
conquistar espaços.
O movimento para a liberdade deve surgir e partir
dos próprios oprimidos, e a pedagogia decorrente serão aquela que tem que ser
forjada com ele e não para ele, enquanto homens ou povos, na luta incessante de
recuperação de sua humanidade. Vê-se que não é suficiente que o oprimido tenha
consciência crítica da opressão, mas, que se disponha a transformar essa
realidade; trata-se de um trabalho de conscientização e politização. (FREIRE,
1987).
Com a implementação deste curioso método, a
professora distribui cadernos para a elaboração de seus próprios diários, onde
os adolescentes necessitam relatar, as dificuldades e os aprendizados das
experiências vividas, seus sonhos e metas. A professora G., assim era conhecida
pelos alunos, através dos diários pôde perceber quão dura era a vida de cada um
daqueles jovens e analisou que o oficio de professor vai muito além da sala de
aula. Adotou o método de campo e aulas dinâmicas que contribuíram para a
evolução e o interesse dos alunos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As instituições escolares enfrentam grandes desafios diante do
avanço tecnológico que modificam o modo de viver da sociedade de maneira
vertiginosa, alterando, assim o comportamento dos jovens, que exigem uma maior
orientação especialização de professores para que saibam lidar com as mais
variadas situações do contexto escolar.
A
escola pode converter-se em uma instituição que reúne e difunde os esforços de distintas
instâncias da comunidade visando a melhora e a transformação social. Esta
transformação implica de um lado na possibilidade de participação democrática
efetiva de demais agentes escolares e extra-escolares na discussão e na busca
do enfrentamento de problemas comuns; de outro lado, na permeabilização do
currículo escolar aos problemas da comunidade, ou seja, trazer para dentro das
salas de aula temas e discussões, através de projetos, vinculados à realidade e
aos problemas da comunidade.
A
escola articulada à comunidade, portanto, não é concebida apenas como uma
instituição meramente transmissora de conhecimentos, mas sim como um local onde
se trabalham afetos, valores, normas, modelos culturais e onde se criam laços
de coesão social.
O filme Escritores da Liberdade, mesmo sendo transmitido á vinte
anos atrás, revela um contexto atual. Os profissionais que batalham para serem
professores devem fazê-lo para proporcionar a seus alunos o conhecimento, mas do
quem isso, devem se envolver com este trabalho, compreendendo que ali existem
pessoas, seres humanos, que passam por todos os tipos de problemas, familiares,
amorosos, financeiros, principalmente os de baixa renda. A nota é o ultimo
estagio a ser desenvolvido, pois antes de tudo deve-se valorizar a dignidade da
pessoa humana.
REFERÊNCIAS
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BRASIL. Presidência da República. Lei n. 11.114/2005. Brasília, 2005. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acessado em 30 de outubro
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. Presidência da
República. Lei n. 11.274/2006.
Brasília, 2006. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>.
Acessado em 30 de outubro de 2012.
CADAU, V.M.; SACAVINO, S.B.; MARANDINO,
M.; BARBOSA, M.F.M.; MACIEL, A.G. Oficinas
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sociológico do Brasil. 2012. Disponível em: <http://pt.shvoong.com>.
Acessado em 30 de outubro de 2012.
FREEDOWN,
WRITES FOUNDATION. Escritores da Liberdade.
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FREIRE, Paulo. Pedagogia
do Oprimido. 28 ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987.
. Pedagogia da autonomia: saberes necessários
à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
KLEIN, Ana Maria; PÁTARO, Cristina Satiê
de Oliveira. A Escola Frente às Novas
Demandas Sociais: Educação Comunitária e Formação para a Cidadania. 2012. Disponível em: <http://www.googleacademico.com.br>. Acessado em 01
de novembro de 2012.
LIBÂNEO, J.C.; OLIVEIRA J. F.; TOSCHI M. S.; Educação escolar: políticas estrutura e
organização. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2005.
MAGALHÃES, Rita de Cássia B. P. Reflexões sobre a diferença. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2003.
POYER,
Viviani. Sociologia da educação.
Palhoça. Unisul Virtual, 2007.
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